terça-feira, 23 de março de 2010

POR NÃO SER LUGO, BETO VAI SER CIDADÃO HONORÁRIO

Ontem não teve blog. O sócio da página trocou de senha e não me avisou. Para compensar a falta fui à Câmara de Vereadores descolar o assunto que segue. Com 5 engravatados ( Gilmar, Damaceno, Léo, Rios e Bispo), desfalcada de João da Tropical, mas reforçada do Jéferson, a Casa cumpriu a sétima sessão ordinária, prometendo voltar na próxima terça-feira. Por totalidade de votos ( l4 vereadores ) aprovou-se a cidadania honorária a Beto Pompeu, proposta do Nelson Padovani (PMDB) e de Paulo Bebber ( PR). O homenageado teve sua vida pregressa resumida pelo vereador dos loteamentos e das máquinas agrícolas. Por não ser um Fernando Lugo, Alberto Rodrigues Pompeu será homenageado, em data a ser fixada. As homenagens a Osmar Jr., alvo de voto de louvor, recentemente, e agora o Beto, é manobra visando agradar os favoritos à sucessão estadual. Se der Osmar, ficamos bem; se der Beto, também. Não é mero capricho que o presidente eleito para presidir a casa chamar-se Marcos sutil Damaceno. A sutileza permeia os trabalhos.

Em outro bom momento da sessão, já com Regimento Interno reformado, diminuindo em dez minutos o tempo a que cada orador tem direito para falar durante o trâmite da Ordem do Dia, o pedido de vistas ao Projeto de Lei 130, apresentado pelo Gilmar Simão Gaitkoski, obteve pedido de vista por 14 votos ( maioria absoluta). O autor, que tem voz de Vilson Oliveira, teve que ouvir de um colega que a Imobiliária Trivelatto, durante a gestão passada, cansou de fazer loteamentos cheios de irregularidades. E mais: se o projeto fosse aprovado, como está, iria beneficiar quem atropelou leis, o Código de Obras e o zoneamento do uso do solo. O projeto deve ser engevetado, pois foi uma tentativa subrepticia de se legalizar coisas feitas ao arrepio da legislação. Está na hora de disciplinar estas imobiliárias. O Gilmar é o mesmo que botou na rua uma jornalista, sem justa causa. Ela voltou, mas o constrangimento ficou.

Com dois votos contra, de Jeferson e do Otto, doze vereadores, inclusive o líder dos contra, Júlio César, o Legislativo disse sim ao projeto enviado a eles pelo prefeito Edgar Bueno (PDT) solicitando anuência para dispender 113 000 reais na compra de um ônibus à Secretaria de Esportes. Reis, ao justificar o não, disse que com esse dinheiro daria para fazer quadras de esportes. E que se o problema é ônibus, a Receita Federal pode doar um coletivo retido no pátio do Leão, já que a apreensão destes veículos no transporte ilegal de mercadorias, é elevada. Já o Léo Mion, diz que o secretário Juarez Berté teria que voltar ao recinto, desta vez para explicar melhor o projeto dos centro e treze mil reais. " A solicitação precisa de subsídios que nos convençam", disse.

Durante a sessão, Otto Reis, que abriu mão da liderança do prefeito, reclamou bastante de alguém para explicar as matérias oriundas do Executivo. Chegou a irritar Osmar Bispo Cabelereiro. Em tom mais ríspido, perguntou se o advogado não sabia ler, depois que Reis disse não compreender os pareceres da Comissão de Orçamento sobre projetos embaralhados em plenário. Otto nem bem se refez da investida de Bispo, quando Júlio o acusou de jogar para a plateia e de criticar a própria Câmara. "O advogado da Comissão de Justiça tem que ser da Câmara". Mário Seibert tenta posar de líder do prefeito, embora lhe falte comunicação e passado ilibado para sê-lo. Para ele, quando os projetos não são explicados em plenário, os próprios vereadores devem visitar as secretarias em busca de subsídios. Júlio alfinetou o titular da Agricultura, João Cunha, que deveria expor melhor os recursos que sua pasta reivindica. O Executivo quer mais de um milhão de reais para aplicar em funcionários da saúde, que atuam em unidades no interior do município. Seria um adicional de 25%. Aumentaria o salário de dentistas e médicos. Quando Júlio sugeriu o mesmo percentual para servidores da Educação, Mário Seibert lembrou que estes já desfrutam do aumento, observando que os operários que lidam com máquinas pesadas estão ganhando um salário muito aquém do que fazem e nas condições em que operam.

Duante a votação do projeto 042, que autoriza a prefeitura a a contratar operação de crédito de 1,7 milhão de reais à Agêcia de Fomento do Paraná, ideia do desesperado Requião, Júlio César, disse estar saudoso do ex-prefeito Lísias Tomé. É isto mesmo! Saudades de quem fez pouco mais de l6 mil votos na tentativa de reeleger-se em 2008. Mesmo votando a favor, jogando para a plateia, imitando Otto, Júlio disse em alto e bom som, que enquanto Edgar Bueno se endivida com verbas estaduais, seu antecessor tocava obras com recursos a fundo perdido dos cofres da União. E convidou a mídia que o bajula, para uma blitz nesta quarta-feira, no PAC-l, na Tancredo Neves. Parece que na prática, a instituição da Lei da Mordaça pouco ou nada provocou nos mais linguarudos. Júlio, Otto, Seibert e Osmar continuam loquazes. Lucra com isso o parlamento, criado exatamente para parlamentar. O presidente Marcos Damaceno, diante da falta de um líder do prefeito, disse que se Cascavel se endivida junto a organismos de crédito, é porque possui capacidade para tal. Se fosse um município quebrado, não iria ter credibilidade. Amanhã eu volto, se a senha não for alterada pelo sócio.

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