quinta-feira, 4 de junho de 2009
NOTÍCIA DE UM SEQUESTRO
Peguei febre de blog. Um por dia. Achei minha pauta caminhando pelo calçadão, em direção a banca de revistas e de jornais. Perguntei a ela sobre o sequestro mal-sucedido de Beliamino Júlio Miotto, o Padre, lá pelos idos anos de chumbo de 1970/71. " Não me recordo mais se foi na Rio Grande do Sul ou se ocorreu na Souza Naves". Joel Damázio, aos 70 anos, acredito, de terno azul-escuro, chapéu de feltro, filiado ao PDT, num esquema que visava recolocar Jacy na prefeitura, recordou do episódio que não repercutiu igual ao do Darci Isarel (l977). O vereador da Arena ficou no cárcere que não era do povo, pois os raptores nem Tupamaros foram. O Padre, dentro do Fusca branco, que, se falasse, poderia reconstituir o crime, abriu os braços, gritou, assustando Nelson Dalmina, cunhado de Joel e sócio da Rádio Colméia, amedrontando o terceiro sequestrador, Itamar Almeida, lugar-tenente de Arnaldo Debonna, advogado porta-de-cadeia, sócio de Alcides Tomé. Miotto teria induzido a víuva Dalmina, Armelinda, a assinar um papel em branco. Preenchido por Beliamino, teria dado a ele cotas maiores na sociedade que os desunia no controle da única rádio da cidade, junto com os Cozzer. Exumo o episódio por tê-lo elencado para integrar a coletânea de escândalos que não abalaram Cascavel´- apenas abalroaram. Foi um fiasco tão escandaloso, que merece um remake, ainda que carente de maior detalhamento. Joel me sugeriu uma abordagem junto ao Nelson, que, tenho visto com muita assiduidade frequentando nichos oficiais municipais. Quando não na ante-sala do amigo Edgar Bueno, ei-lo na Secretaria de Obras, esperando por Paulo Gorski. Ouvi-lo-ei. Os demais, já estão mortos. Miotto, segundo versão oficial, teria sido vítima do deslizamento de uma pedra, pesada pedra, que, depois de rolar ribanceira teria se chocado de forma caprichosa bem na moleira do ocupante do que seria um Doginho, lá pelos anos de l999. Tudo em Realeza (PR). O Padre, que não era celibatário, brigava muito com a viúva Zélia, professora da Unioeste, me contaram vizinhos que ouviam o casal altercar com assiduidade. Itamar Almeida, o "Negrão", referido por Joel, que teria segurado Miotto pelo pescoço, dentro do Fusca que nada falou, participou de pistolagem no Rio Grande do Sul, em julho de l991, Lajeado, matando o empresário Ivo Nicaretta. Uma semana depois, alertado por Getúlio Gasparotto, o "Getulião", de que haviam prendido o Jorge, no bar deste, defronte a banca de jornais do Moacir Marafon, avisado, Almeida se escafedeu. Pegou o Chevette azul que adquirira com a parte que lhe tocou da empreitada, movida por um tal de Ivo Mainardi, advogado de Igrejinha (RS), nunca mais foi visto.Segundo Rodrigo, que também participou do atentado contra Nicaretta, depois de cumprir pena de prisão no Rio Grande do Sul e aqui ( matou Vilmar Granja), teria sido assassinato em Matinhos, litoral do Paraná, em l995, de manhã, emborcando chicara de café. " A pipoca comeu", na gíria rodriguiana. E Debonna se foi, na esteira de um infarto bem-sucedido, depois de operações a que se submeteu sem sucesso. Rodrigo faleceu em dezembro de 2003, no auge da fama, pois era leão-de-chácara da Câmara de Vereadores, sem diteiro a voto, como existem hoje no mesmo recinto. É essa a linguiça de hoje, quando Salazar Barreiros, depois de idoso, procura mostrar seu um homem honesto. A ponto de se "preocupar" com o que se chama, em linguagem técnica, empolada e pedante, de Erário Público. Em outras palavras, os impostos locais, estaduais e da União. E quando Salazar se revekla preocupado com um novo precatório, eu caio na nostalgía, pois me dá náuseas sartrianas diante de tão insólito script.
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