UM TALKSHOW NA TAROBÁ

O primeiro talkshow da televisão local. Anotem a data, cês que são historiadores. 7 de agosto de 2008. Já era 8, quando Menin cantou seu Tributo à Cascavel. Na Globo, Jô Soares dava espaço, no mesmo momento, ao Jorge Mautner e Jorge Aragão. Antes do verso, se alguém quisesse saber qual o tributo que Chico dedicaria ao município, a maioria diria que é IPTU progressivo, constante também dos cardápios do Aderbal, Edgar e Ivanildo. Acho que ninguém ficou triputo da cara com a musiquinha do Menin. Ele é o carismático do grupo. Aderbal poderia ter cantado os Sete Cabeludos, de Roberto e Erasmo, uma briga por causa da Lili, do LP, Cantando Para a Juventude, que o Edgar não vendeu na rua porque já havia a Discolândia de madeira. Marlise tem que cuidar quando o assunto é lama, agora que a Sanepar vai desassorear o cartão bostal do município. Segundo ela, que amarelou no debate, as mulheres não se metem em mar de lama. A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB) está enrolada num oceano de lodo. Comprou uma bela mansão por 750 000 reais e não consegue se explicar, pois declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de 500 mil reais. De onde saíram os 250 mil, que fazem a diferença? O que salvou o discurso dela, foi ter se deixado confundir com uma candidata do PV - Partido Verde - que tem o filho do Dr. Drummond, grande secretário da Saúde do Tolentino e do Salazar, candidato a vereador. O Drumonzinho é melhor que o Padovaninho. Da Cruz, mesmo tendo sido homenageada pelo Salazar com aquele enorme ícone de concreto ao lado da igreja dos católicos, voltou a bater no mais bem vivido. Encerrou de forma apoteótica sua participação no folclórico debate. NEPOTISMO ZERO! E, de lambuja, ganhou um direito de res ( posta). Salazar disse que a chefia do IAP deu sinal verde a um projeto de shopping na cabeceira do lago. Marlise respondeu que já havia se licenciado do organismo quando o RIMA foi deferido. Este momento do debate não ficou muito claro, caro professor Ivanildo. Res (posta) por ser o dr. Barreiros, criador de reses no Mato Grosso. E a Marlise colloriu o Salazar em l990, levando-o a votar em Martinez a governador, na primeira rasteira aplicada em Requião. Logo, veio o Pessutão chancelar o conchavo PP/PMDB. Outro momento do talkshow. Edgar perdeu aquela sisudez que espanta eleitor e produziu troça em cima do maquinário que o dr. Lísias manda para o interior. " Se uma patrola aparecer por lá", disse o deputado, " assusta crianças da faixa dos 4 anos". O doutor acusou a piada. Mas, em vez de manter-se nesse bom humor, revelou-se agressivo como um The Boxer, de Simon & Garfunkel, que o Edgar e a Dona Julieta venderam pacas em vinil. O momento de humor do Aderbal, foi aquele cruzamento de trator com patrola, experiência genética que nem o Mengele testou, na Polònia, naquele campo de concentração. Foi um show rural do Aderbal. Aliás, o vereador bateu tanto, que sobrou farpa até para o Elemar. Mas é o Müller, da Educação. Se fosse o Adams, o vice iria ter direito de resposta. Eu me lembro do Salazar, " apoiando" o Requião ao governo em l990, mês de julho, um frio de lascar o cano. O candidato, acompanhado da Rosângela Curra, chegou aqui e foi ao gabinete do prefeito. Estava desconfiado que Salazar collorira, com base em fofocas do serviço secreto do PMDB. Claro, que Salazar, negou tudo, mesmo com a foto da coluna do Caio, revelando o contrário. O prefeito, ao lado da Marlise, do Emir e do Davi Cheriegate, num encontro descrito na legenda, como social. E para provar que não estava desempenhando papel de traíra de pesque a pague, o prefeito convidou seu interlocutor a uma solenidade no dia seguinte, no Coqueiral. A Patrulha Agrícola Mecanizada, iria ser lançada oficialmente. Um trator, uma plantadeira e uma roçadeira. O colono só entraria com o custo do combutível do trator. Só que o horário da solenidade, é que deixou Roberto ainda mais desconfiado daquele "apoio". 7h da manhã, com a relva coberta por espessa camada de geada ( orvalho congelado). Fomos lá, no outro dia, no horário agendado. Só apareceu quem tinnha que aparecer. Pessoal do cerimonial, o prefeito, o secretário de Agricultura ( Gernot Staulk), vereadores e a turma dos press realess e fotos. De povo, mesmo, ninguém, A temperatura era de uns 4 graus . Para tornar o ambiente menos cacetoso, coube ao vereador José Luiz Parzianello, trocar o sobrenome do secretário Gernot, de Staulk, para Kirinus, aquele deputado pastor de Mal. Rondon. Risos e entrega das máquinas aos agricultores. Só que não havia um colono sequer. Se é que alguém do interior sabia. O debate, foi bom. Não se pode exigir mais dos que se propõem a se sacrificar por nós, estes estóicos homens públicos. Quem queria o Edgar, teve que engoli-lo. Foi um dos melhores desempenhos do parlamentar. Seguro, firme em suas opiniões, com programa de governo já impressso, encarou a tudo e a todos. Tirou de letra a tentativa do Salazar de enrolá-lo numa questão sobre creches - CMEI - Centro Municipal de Ensino. Aproveitou para dizer ao dr. Lísias, que a merenda escolar, num CMEI do Interlagos, só tinha bolacha, numa blitz que realizou semana passaada. E pediu que parem de superfaturar ítens da merenda ( caso dos peitos de frango). O candidato tem que ter peito para tornar públicas tais denúncias. Aderbal foi bem, Ivanildo foi o mais questionado, Menin cantou ( já cantou até a secretária da AMOP), Lísias falou sobre suas obras, Marlise esverdeou e o Salazar decepcionou. Foi, a meu juízo, seu pior desempenho, desde outubro de de 1988, o debate do Mandado de Injunção. É que, pela primeira vez, Salazar enfrentou adversários de bom nível. O Aderbal confirmou tudo que dele se esperava. Pela ordem, Aderbal, Edgar, Marlise, Chico, Ivanildo, Lísias e Salazar. Cacau foi bem, ainda que eu prefira o Caio, mas o Gottlieb caiu em desgraça com os Muffatinhos. E, se a Tarobá, tem 52% de audiência, segundo o Ibope, mesmo depois de um programa religioso, se o debate foi assistido, a pesquisa que o Cantini não publicou, nem precisa publicar mais. Estará defasada. Publiquem postagem, sem sacanagem.