Foi tão bom o debate da CBN, que interrompi minha folga aos sábados para comentá-lo. Começo externando minha preocupação com um aspecto: o Dr. Lísias repete a fórmula de 2004, só que com um tom de voz mais elevado, gritando, procurando se impor pelo decibél. Repetiu o que fez, o que fará. Não se deixou levar por Salazar Barreiros (PP) no instante em que o ex-prefeito convidou seu ex-secretário de Saúde a falar sobre o Hospital Infantil ( atual Pac-1). Lísias disse que não iria criticar ninguém. Se nenhuma ambulância podia entrar no pátio do nosocômio, por falha no projeto arquitetônico, problema de quem construiu e do Edgar. Eu fora. Salazar concluiu a obra em 2000, Edgar assumiu e desativou o que seria o Hospital Infantil, transformando-o em Pronto Atendimento Continuado (PAC) Nesse round ( Lísias é pugilista) o Dr. nocauteou seu criador, se candidatando a ser incurso no Estatuto do Idoso. No final do programa, Lísias fez-se cabo eleitoral do professor Ivanildo, ao se despedir dos ouvintes: “ Os debates estão ficando mais claros”. O pior momento de Lísias. Falou em Polícia Federal, ao ser questionado sobre criação de empregos, num bloco em que o tema era micro e pequenas empresas. Fugir do tema proposto teria que constar das regras do jogo. Toda vez que o candidato tangenciasse, teria que ser interrompido e retomar o assunto sugerido pelo oponente. Sem o uso de campainha, o que não aconteceu neste debate.
Chico Menin (PR) terminou o debate em alta com o eleitorado. Tranqüilo, falando manso, dizendo o que fez em Santa Tereza e projeta a Cascavel com absoluta tranqüilidade. Mas tão sereno, a ponto de desaconselhar sua assessoria jurídica a obter direito de resposta contra notas sobre ele publicadas no jornal O Trovão. “ Não vou à Justiça pelas criticas. Das 137 acusações contra mim, já me livrei de 135. Só restam duas”. Nesse ponto, o Menin quase me leva a mudar a intenção de voto. Ele não aconselha processo contra o Trovão. Que isso sirva de exemplo aos que recorrem à Justiça, toda vez que seus calos são atingidos. Chega de autoritarismo! Menin, que tem andado de ônibus, falando com a população, imitando Tolentino, lembrou da falta iluminação e bancos mais confortáveis nas estações. “ Entre uma ripa e outra, há mais de 20 cm de espaço”. É o segundo candidato a colocar defeitos nos galpões de secar fumo, maledicência da ex-vereadora e vovó Marlise da Cruz (PV). Os três terminais são obras de Salazar Barreiros. Chico foi o único a arrancar risos da platéia presente ao auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM), sede do debate. Se dirigindo ao candidato Salazar Barreiros, lascou esta: “ Seria um bom secretário de Agricultura para meu governo”. E encerrou sua participação com cara de vencedor, sem muito esforço. O carisma de sempre, a humildade conhecida, a fala maviosa ( não confundir com mafiosa). Cuidado com Menin, meus caros favoritos!
“ Esse debate está ficando interessante!”. Frase de Aderbal (PT) ao se estranhar com o Professor Ivanildo (PSOL). Ocorre que, o pessoal do PSOL, é egresso do Partido dos Trabalhadores. E, coligado com o velho PCB de guerra, está na oposição ao candidato petista. Para o vereador, Ivanildo é quadro do PSDB. “ Você está agenciado para bater no PT ”. Já o professor, que seria de inglês, achou prudente um Equipamento de Proteção Ambiental”, usado na construção civil, para se proteger do adversário. Acho que foi isso que tentou transmitir, ao se despedir do programa. Aderbal, o mais polêmico, tachou o PMDB de traidor, já que tinha como certa uma composição do PT na majoritária, com Júlio César Leme da Silva, na cabeça da chapa. Investiu firme contra Salazar Barreiros (PP). Das diárias frias, ao nepotismo, escândalo dos tubos, os barracões industriais não construídos. Em direito de resposta, Aderbal chamou Salazar de leviano. E lamentou que não tenha aceitado a proposta da Rádio Cidade (AM). A emissora programou debates com 2 candidatos, por vez, evitando os sete juntos, com o que o candidato pepista não concordou, a exemplo de Edgar Bueno e Chico Menin. O candidato do PT criticou também, os que não puseram em prática várias de suas leis, votadas e aprovadas na Câmara, seja por incompetência, seja por estreiteza política. Ele, é, de fato, o vereador mais atuante dos ocupantes de cadeiras na Casa de leis. Vai demorar para surgir outro Aderbal. O Tarso, que não é bobo, já anda arrastando as asas para ele. “ Pai, onde fica o comitê do Aderbal? ”. De todos os contratos nebulosos municipais, as conhecidas caixas-pretas, o do lixo é o mais lesivo de todos. Lesivo, para quem paga, lucrativo para quem recolhe. Por ano, o município está pagando 12 milhões de reais à empresa Engelétrica. No entanto, como a Taxa de Lixo mensal, é de 500 a 600 mil reais, em l2 meses, a arrecadação é de cerca de 7 milhões. Faltando 5 para se atingir o preço superfaturado, lança-se mão de verbas de outras rubricas para honrar o compromisso renovado em março de 2004. Fonte, candidato Aderbal. Ele passou a limpo a sujeira do lixo. Por causa destes números, é que o lixo cheira mal.
Salazar Barreiros, do PP, que não deveria se expor a emoções fortes, se irritou quando um certo Edgar Bueno lhe perguntou se iria, uma vez reeleito, cumprir a recente resolução do STF, que proíbe a prática de nepotismo, em todos os poderes, em três níveis de parentesco. “ Essa critica já é uma obsessão”, observou, antes de desfiar um rosário de argumentos em favor de decisões que emanam do Judiciário. “ Não sou homem de rebentar leis”. E daí passou a elogiar a esposa. Segundo ele, Idalina teve uma passagem pelo Provopar simplesmente impecável. É o nepotismo competente, mesmo argumento usado por Roberto Requião, o rei do nepotismo, toda vez que alguém o exorta a comentar a parentaiada que o governador colocou no poder. Sobre observância de leis, Salazar prometeu mostrar aos pastores de igrejas, sejam parentecostais, pentecostais ou presbiterianas, o Código Tributário Municipal, que, segundo ele, teria sido reformado quando Edgar foi prefeito, prejudicando estes segmentos religiosos. Um argumento pífio diante do que foi proposto. Que fará com os parentes se voltar ao poder? Acabou em templo. O candidato reafirmou seu desejo de recriar a Secretaria de Indústria e Comércio, extinta pelo seu pupilo Lísias Tomé. E sobre fomento oficial à criação de empregos, esqueceu de citar o Banco do Pequeno Empreendedor, coisa dele, que funciona até hoje. Ironia, mas Marco Aurélio Beck Lima, era o titular da Indústria e Comércio à época, depois remanejado ao IMPC, foco de um desvio de dinheiro que o Aderbal ainda não mencionou, mas que deve fazê-lo, sob pena de o Alfredo reclamar.
A candidata verde, Marlise da Cruz, desta vez, deixou Salazar de lado e partiu furiosa contra novos desafetos. Comentou a antecipação do contrato de lixo ( Edgar renovou com a Engelétrica, em março de 2004, 9 meses antes de o contrato expirar). Aliás, a Taxa de Lixo, criada por Salazar Barreiros, em seu primeiro mandato, continua cheirando mal, como se queixa o Aderbal. Depois, foi atrás do slogan do Edgar. O deputado gostaria tanto de Cascavel, que, montou uma indústria de reciclagem de produtos de plástico, em Foz do Iguaçu, a 130 km da cidade onde vive. Não fez nenhuma referência aos coronéis que atrapalham o desenvolvimento municipal. Num direito de resposta, disse ter deferido mais de 10 pedidos de licenças ambientais que pousaram em sua mesa. “ Não tenho mais nenhum tipo de vínculo com o IAP ( Instituto Ambiental do Paraná). E resolvi vários problemas deixados por ele (Edgar) nos diversos distritos industriais”. Para que se tenha idéia sobre a rivalidade entre a dupla, Marlise da Cruz, em 2006, foi à mídia desaconselhar o consumo de água das fontes naturais por estarem contaminadas por coliformes fecais ( Edgar é o prefeito das Cidades das Águas). Prejudicar o retorno dele à Assembléia Legislativa, era o pano de fundo da falsa denúncia. Nas considerações finais, Marlise disse que em suas mãos não existem manchas de contratos de lixo, de propinas do transporte escolar, dos coletivos de passageiros, dos que desviam remédios na Secretaria de Saúde. Aqui, a metralhadora fez estragos em quase todos os que a ladeavam na mesa, exceto o Professor Ivanildo. Transporte escolar é para os sócios Salazar e Job de Paula. Empresas de ônibus atingem quem já passou pela prefeitura ( Salazar 8 anos, Edgar 4) e remédios desviados, mais de 4 milhões de reais, segundo CEI da Câmara, acerta o Dr. Lísias.
Edgar Bueno disse que optou por Foz do Iguaçu quando montou uma empresa de reciclagem naquele município para fugir da burocracia do IAP, comandado por Marlise da Cruz, que acabara de alfinetá-lo. Nas não deixou de criticar a candidata por ter empresas em Cuiabá (MS). E liberou uma UFA!, de alívio com a saída (temporária) de Marlise do cargo. Dependendo do resultado eleitoral, da Cruz retoma o posto. Se dirigindo aos servidores públicos, lembrou do envio à Câmara de Vereadores, em 2004, do Plano de Cargos Carreiras e Vencimentos (PCCV), sem o qual, os trabalhadores municipais não teriam algumas conquistas, entre elas, reposições salariais. Fez um resumo do que será a Gestão Plena de Saúde, proposta constante do Plano 12 de governo. O orçamento à Saúde, hoje de R$ 60 milhões, saltaria para 100 milhões, com o próprio município gerenciando os recursos, que hoje é tripartite, com a União e o Estado. Sobre o capítulo da Saúde, quem melhor explicou o que poderá ser a Gestão Plena, é o vice da chapa de Edgar Bueno, Jadir de Mattos, em entrevista de meia-hora, que antecedeu ao debate na CBN. Jadir, além de médico, foi dono do Hospital São Lucas por mais de 40 anos, estando, desta forma, capacitado a discorrer sobre o problema com mais conhecimento que os demais candidatos. Edgar Bueno vai, ainda, informatizar a Saúde, o que permitirá agilizar os atendimentos nos PACs ( que ele promete fazer mais três) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Sobre mais PACS, Edgar foi advertido por Aderbal sobre a disponibilidade orçamentária. No mínimo, 5 milhões de reais serão necessários. E antes que se conheça a herança de Lísias, é prematuro esse tipo de projeção. (Este é o resumo do que foi ao ar, na CBN, das 9h30 até às 12h50, com intervalo de meia-hora, pois o que os vereadores prometeram ao meio-dia, não se podia sonegar do eleitor, ávido pelas propostas do Pintinho, Cleide do Doce, e outros menos votados).
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