quarta-feira, 9 de julho de 2008
O PAÍS SUPORTA MUITO MAIS
O ministro do Supremo, Gilmar Mendes, condenou o que ele chama de espetacularização da ação da PF nas prisões efetuadas no Rio e em São Paulo dos colarinhos brancos Celso Pitta, Naji Nahas e Daniel Dantas (Opportunity). Quem faz o espetáculo, ministro, é a televisão. A Policia Federal age da forma que acha que deve agir. Algema quem tem punhos, leva pro camburão quem cabe naquele compartimento, manda que abra a porta quem tem porta para abrir, entra armada e já aponta o cano para quem estiver em casa, fala alto, dá voz de prisão, exibe os mandados expedidos pela Justiça. Feito isso, a PF leva o pessoal para a cadeia, inicia os interrogatórios, e, dependendo do mesmo Judiciário que expediu as ordens de prisão, vai soltando, depois dos 5 dias legais de prisão provisória, através de habeas corpus pedidos por eficientes advogados, que lucram com o crime, atropelando aquele axioma de que o crime não compensa. Se não compensasse, ninguém faria direito criminal. Pelo preâmbulo, caro ministro, quem faz pirotecnia em torno das ações policiais neste país é a mídia. Dê um conselho aos veículos de mais audiência, as redes de televisão, para que não dêem tanto destaque a determinados fatos, envolvendo gente graúda da sociedade. Maximizem as investidas da PM carioca pelos morros da cidade e minimizem os constrangimentos causados aos nossos banqueiros e ex-prefeito da maior cidade da América Latina e ao Nahas, um espertalhão com poder de fogo capaz de saber as taxas de juros do Federal Reserve e quebrar a Bovespa. Eu conheço um empresário que acabou com essa espetacularização da mídia em torno de ações da PF,depois da Operação Articulado, iniciada em Manaus, capital da Amazônia. O delegado que comandou a operação, foi transferido da cidade onde atuava, há mais de um ano, com um saldo altamente positivo. Quem quiser se livrar de visitas incômodas pela madrugada - antes das 6h da manhã todo domicilio é inviolável - que eleja deputados e senadores. É o melhor antídoto contra pirotecnias eleitoreiras, as conhecidas operações prende-e-solta. O país agüenta tudo isto. Na penúltima ação da PF, alguém disse, na tevê, que o país não suporta mais isso. O que não é verdade. Suporta e vai suportar sempre. No Brasil, a PF jamais ficará ociosa. Nossa elite merece a Polícia Federal em seu encalço. Mesmo em se tratado de horário eleitoral gratuito, disfarçado de telejornal. O circo ficaria completo se o Salvatore chegasse no mesmo dia. O comitê eleitoral da Marta poderia ter entrado em contato com Mônaco e acertado a coincidência dos atos pirotécnicos.
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