terça-feira, 8 de julho de 2008
A COLIGAÇÃO FOI UM GESTO DE DISCERNIMENTO
O reencontro do PMDB com Salazar foi fruto de reaproximação entre as partes. De um lado, um partido precisando de um candidato viável e, de outro, um candidato necessitando de apoio de uma máquina partidária forte, que, desde l976, quando Tolentino só perdeu para Jacy Scanagatta na sublegenda, decide eleições. Salazar esteve na convenção do partido domingo retrasado. E o deputado Hermes Parcianello comandou as conversações devidamente respaldado pelo Diretório Municipal. Hoje, o presidente da Câmara, Júlio César, em conversa que mantivemos, diz que absorveu com naturalidade o que foi convencionado. E que vai à luta. Não pertence ao grupo liderado por Marcos Vinicius Pires de Souza que procura tumultuar com uma inglória incursão junto à Justiça em busca da impugnação da ata da convenção que selou o acordo entre PP e PMDB na majoritária. Júlio tentou viabilizar seu nome, mas acabou cedendo à realidade, não se deixando levar por sugestões de edegaristas enrustidos dentro do PMDB. Parte com tudo para a reeleição a vereador, a presidência da Casa, com chances muito fortes de se eleger deputado estadual em 2010. Sobre a vitória de Jacy Scanagatta sobre Tolentino, em l976, se não fosse o instituto da sublegenda, que permitia o lançamento de três candidatos a prefeito por partido, o então deputado estadual, eleito em l974, pelo MDB, seria prefeito pela primeira vez já em l977. Na disputa entre Scanagatta e Fidel, o parlamentar venceu. Mas, na contagem entre os demais pretendentes ( Octacílio Mion e Luiz Picoli, da Arena) e Juraci Bortollotto e Hilton Collombelli, do MDB) as oposições acabaram derrotadas. Depois, em l982, o PMDB venceu com facilidade, vingou novamente em l988/l992/l996/2000/fracassou em 2004 por causa da teimosia de Leonaldo Paranhos, que, acabou derrotando em convenção os que desejavam uma nova aliança com Edgar Bueno, entre eles o próprio governador Requião. Em 2000 o PMDB ofereceu a vice a Edgar Bueno. Mas foi em l996, na segunda vitória de Salazar, que a presença do partido voltou a ser decisiva. O candidato natural seria Mário Pereira. Mas o ex-governador, acertado com Jaime Lerner, que apoiava Edgar Bueno, deixou o barco à deriva no Centro Cultural. Mesmo aclamado pela maioria dos delegados, Pereira não compareceu à convenção. Hermes Parcianello e Paulo Gorski, uma semana depois, assumiram o vácuo, irritaram Pereira, mas se candidataram, a prefeito e a vice, respectivamente. Não ganharam, mas impediram a vitória de Edgar. Fizeram l6 mil votos, impedindo que esses sufrágios se diluíssem perigosamente numa eleição apertada, como todas as que Salazar venceu, com pouco mais de l50 votos de diferença. Resumo da ópera: a coligação de agora é um exercício de discernimento político de ambas as partes. Seria inadmissível que profissionais da área continuassem agindo como se fossem avestruzes na areia.
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