sexta-feira, 29 de outubro de 2010
ATÉ TU, RATZINGER!?
O debate de hoje é só para indecisos. Eu, que me decidi depois da aparição do Chico Buarque no programa da Dilma, ao lado do Ziraldo, vou ouvir a rádio Colmeia. Quero ver se ainda está no ar o Sentimental Demais, com prefixo do Altemar Dutra. Quando eu ali aprendi como não se fazia rádio em Amplitude Modulada (AM), era proibido tocar Tender Is The Night, com o Nat King Cole, em favor de Suave é a Noite, de Moacir Franco. É que o idioma do Nat não soava romântico, de acordo com o diretor de programação e sonoplasta ( sonâmbulo) Nelson Dalmina, que girava o botão da mesa, dando o volume necessário para que a versão da canção do pai da Natalie fosse veiculada. Numa destas noites, que não me foi nada suave, apareceu na rádio, por volta das 23h( a perereca apagava à meia-noite) um homem de aspecto intimidatório. De roupas surradas, camisa e calças de quem trabalhava com abate de animais, açougueiro, de chapéu cravado, barbas longas, ruivas, hirtas, de péssima catadura. Postou-se atrás do contra-regra, cruzou as duas pernas, na época eram duas, e ficou a me fitar, eu dentro do estúdio, fumando, o que era proibido na época, não vendo a hora de ir embora, porque o relógio estava atrás do homem que dava medo. Assim ficamos cerca de uns l5 minutos. Ele me olhando, com aquele chapéu de palha, com cara de pouco amigo, e eu suportando ele e a programação musical, que não era Dona da Noite e nem tinha a Varig patrocinando. Passados os minutos citados, sai. Vou ver quem é esse cara e o que ele quer fora de expediente. A pretexto de verificar um disco, indaguei-lhe se desejava algo. " Sou dono da rádio. Sou Miro Cozzer e temos uma reunião com os demais sócios na sala do Padre (Miotto)". Regime militar (l975) bati continência, pedi permissão para voltar ao estúdio, girei e, marchando, retornei de onde nem deveria ter saído. Eram tempos em que certas notícias eram censuradas pelo poder econômico. A morte do Sérgio Mauro Festugatto, por exemplo, em janeiro de l976, não foi divulgada como ela ocorreu em Porto Alegre (RS). Apenas notas de falecimento redigidas pelo Luiz de Barros foram pemitidas, de meia em meia-hora. Até semana que vem, com Dilma presidenta eleita do Brasil. Apesar de vocês, o papa inclusive. O ex-nazista de l945 e acobertador de pedófilos entrou em cena, pedindo votos para quem condena o aborto. A direita não é fácil. Que praga!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Viu Benildo, tu que foi criado dentro da igreja vai dar credito a um malaco igual ao Binde a falar algo do Papa, todos cometemos erros, já que ele sabe tanto da vidas dos outros ,que fale ou escreva sobre a vida suja , inescrupulosa da nova Presidenta... Ass. José forner (forner19@hotmail.com)
Puxa é só alguém falar dos "santo" Bento para a corja de reaças que posa de moralistas sair do armário... O Bento precisa entender que, acima de tudo, é um chefe de estado, portanto deveria se portar como tal. Estado inclusive onde o aborto é legalizado nos primeiros meses de gestação desde 78, diga-se de passagem... Como disse o Bindé, essa direita não é facil, especialmente os "papa-hóstias". Como já disse certo Gonzo: "A moralidade é temporária. A Sabedoria é permanente"...
Postar um comentário