quarta-feira, 7 de maio de 2008
MOTOSERRA E MACHADO
Pedro Alves da Silva, aos 42 anos, aparentando mais, manuseava o cabo do machado nas proximidades da agência do Unibanco, na Souza Naves, centro.Incumbiram-no de acabar com os vestígios finais de uma das árvores cortadas nas imediações pela prefeitura. Quando indaguei a ele sobre o nome para poder escrever a respeito olhou para um dos funcionários do banco que supervisionava o duro trabalho. " Devo falar?" indagou com os olhos. Luiz Tonin, 40, gerente de atendimento, consentiu. Pedro ignora seus direitos. " Quanto irão te pagar?", quis saber. " Duzentos reais", respondeu, abrindo as mãos para mostrar os calos produzidos pelo instrumento que deu origem à expressão idiomática "O Mesmo Risco Que correu Pau corre o Machado", em desuso com o advento da motoserra. O trabalho de remoção do toco será concluído nesta quinta-feira. Segundo Edson Safrrider, 42, supervisor de compras do Unibanco, foi a prefeitura quem mandou o lenhador ao local, pois o tronco da árvore estava atrapalhando. Cascavel está erradicando seu arvoredo num rítmo tão frenético que autoriza prever para breve o desaparecimento de lindas árvores, de pássaros de diversos tipos, com a pombinha rola, na condição de majoritária. E os futuros prefeitos não fazem alusão alguma sobre um plano de reaborização. O Unibanco sempre teve estreitos laços com a motoserra da prefeitura. Edgar Bueno usou um carro dos Bombeiros dotado de braço mecânico para mandar os operários da Serraria do Meio Ambiente às grimpas da Paineira de mais de 40m de altura. Foram às nuvens acabar com o hábitat de pombas carijós que, o dr. Yvens viu, mas que nunca fez nada para evitar o crime ecológico. Nem todo dia é dia de Kuiava. Motoserra leva hífen? Nâo. Motoserra leva vidas e oxigênio.
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