NOTAS SEM MERCADORIAS

Além do deputado federal Alfredo Kaefer ( PSDB) agora outro parlamentar, este estadual, e do PDT, Edgar Bueno, está sob censura na rádio CBN/Cvel, que troca notícias por dinheiro com a prefeitura. O programa Frente a Frente que ia ao ar a mais de um ano, aos sábados, das 9h às 10 horas da manhã, alternando apresentadores, pois Edgar não é um absolutista, foi suprimido. No espaço da voz radiofônica de Edgar, cumprimentando seus eleitores, com ênfase ao “ Pernambuco”, ouvinte de 100 anos de idade, morador do Julieta Bueno, Valdomiro Cantini, em curta gravação, de não mais de um minuto, explicou que, o programa acabou na esteira de entendimento havido entre a rádio e o seu apresentador devido a aproximação da campanha eleitoral, período em que os radialistas são mesmo afastados dos microfones por determinação de legislação específica. A desculpa é do tipo esfarrapado. A prefeitura está por trás da decisão. Edgar lidera as pesquisas eleitorais sobre intenção de voto a prefeito. O grupo Scanagatta, proprietário da rádio AM, fatura alto com obras públicas de infra-estrutura envolvendo asfalto, através da empresa Petrocon . No Bairro Guarujá, à guisa de exemplo, o calçamento poliédrico realizado por Fidelcino Tolentino, em l985, está sendo coberto com asfalto, sem ônus ao morador. O trabalho é da empresa de Scanagatta, com todo o aparato das máquinas pesadas impressionando o morador mais incauto. Objetivo do prefeito Lísias, além de atrair o apoio de Tolentino, é encobrir as irregularidades por ele praticadas. A principal delas foi a desapropriação de uma área de terra, também conhecida como gleba, onde foram construídas 500 casas populares, em l986. O superfaturamento foi tão expressivo que, na campanha eleitoral de Arnaldo Curioni, em l992, os marqueteiros do ex-bancário do Bamerindus, editaram um jornal reunindo num mesmo banco Tolentino, Edgar, Plínio Destro, Hostílio Lustosa, “ Mano” e os vereadores Eduardo Fico de Castro, Cláudio Cavalcânti etc. O dinheiro (R$ 1,1 milhão) vem de Curitiba, pinga na conta da Petrocon, já com deságio de 10%, o Jacy fica mais rico do que já é, aumenta a concentração de renda nas mãos de poucos, reforçando a recente aferição do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA): 10% da população controla 75% da renda bruta nacional. A quem não participa do banquete, exumando Barão de Itararé, Aparício Torelli, mais uma negociata. Há solução à vista Não. Nem a prazo. Edgar Bueno engrossa uma lista enorme de comunicadores que já foi decapitada por Jacy Scanagatta, antes mesmo de negociar, no Congresso, onde foi deputado, entre l986 a 1990, pelo PFL, com o governo Sarney, um ano a mais de mandato ao autor de Marimbondos de Fogo, no Planalto, por 5 emissoras de rádio, pacto selado por Antônio Carlos Magalhães (ACM) ministro das Comunicações em 1988, ano da barganha, na Constituinte. Em campanhas eleitorais, Jacy transforma seus bagrinhos em indivíduos sem estabilidade. Em 2000, quando Jacy apoiou a frentona de l4 partidos encabeçada por Edgar Bueno, cabeças rebeldes rolaram. As de Amir Kalil e Paulo Mello, dois locutores que aderiram a candidatura do deputado estadual Tiago de Amorim Novaes, do PTB, à Prefeitura, foram pra guilhotina depois da Queda da Pastilha do Dr. Ross. Além de 5 rádios, Jacy negociou a legalização de terras no Mato Grosso, segundo Álvaro Dias, versão 1988, na época governador do estado, líder do esquema “ Balaio”, que evitou a volta de Jacy à prefeitura diretamente, sem prepostos. Das 5 emissoras, Jacy conserva duas - Capital/FM e CBN/AM. Vendeu uma em Toledo, outra em Corbélia, e uma terceira em Medianeira. As rádios que continuam em seu poder, estariam em nome do laranja Paulo Sillas, que trabalhou com o empresário na Camagril, hoje recuperado de um derrame e imprestável para ser síndico de condomínio, por exemplo. Em setembro de l977, a cabeça da vez, foi a de Paulo Martins, gerente da Rádio Colméia, crítico do então prefeito Jacy Scanagatta. Como se vê, decapitar é um dos hobbies preferidos de nosso personagem. Se fosse francês, na época da Revolução, teria sido figura proeminente. Robespierre mon ami.

O GOLPE DA PRAÇA

Mesmo fracassando a audiência pública que o vereador Aderbal Mello (PT) tentou instalar na Câmara de Vereadores, na sexta-feira 20, o Legislativo se mostra disposto e endossar a súbita idéia do prefeito Lísias Tomé de pagar o pai de todos os precatórios existentes na prefeitura - o da Praça Wilson Jofre. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o petista Aderbal, é dúbio e Delúbio. É contra o precatório, mas não é desfavorável ao pagamento. A audiência pública é um instrumento legal que pode servir para dar uma conotação de referendo popular a uma decisão que se arrasta há anos, desde que o ex-prefeito Odilon Reinhardt, do PTB, em l961, quando Jânio Quadros presidia a republiqueta, desapropriou a área e não pagou o senhor Geraldo Marques Saraiva, já confundido por mim com Argeu Saraiva, delegado de polícia de Foz do Iguaçu, em l974. Apesar de ninguém ter ido ao encontro agendado pelo esperto vereador Aderbal, o que denota seu minguado poder de atração, a possibilidade de o prefeito acertar a dívida durante a campanha eleitoral, em prestações mensais de 500 mil reais, até se chegar aos 18 milhões, com o aval da Câmara, não se deve descartar. Lísias integra um grupo de espertalhões que não deve ser subestimado. Antes do pagamento do precatório, a gente restaura o local, que o Salazar transformou em presídio, coloca a praça no olho do furacão, propina a mídia, recebe elogios até do Edgar Bueno e, epílogo, quita-se o maior precatório municipal, criando receita extra na campanha, atraindo, de lambuja, a frente de centro-esquerda. Em caso de pagamento, os dois vereadores que manipulam doze, Júlio e Aderbal, poderão ser beneficiados, mesmo sendo indivíduos acima de quaisquer suspeitas. Em tempo: tentamos um contato com o ex-prefeito Odilon, mas, até o fechamento do blog, ele não havia retornado o nosso telefonema. Esse quase clichê, eu gostaria de ter produzido na edição terminal de O Fronteira do Iguaçu, em l982, no Edifício Treviso. Jornais em dificuldades financeiras deveriam evitar o emprego do lugar-comum até o fechamento da edição...É geração de pânico entre funcionários e fornecedores. Por falar em Fronteira do Iguaçu, o seu término também acolhe, indelével, as digitais do Jacy.

OS ANJOS DA GUARDA

Se prometi, não posso passar por blogueiro demagogo, que não cumpre as promessas que faz. Leia a seguir os nomes dos principais membros da junta médica do Hospital Policlínica, responsáveis pela recuperação do paciente Darlei Natal Gabana, internado nesta casa de recuperação no início da noite de 3 de abril, minutos depois de um atentado a tiro perpetrado contra ele, no estacionamento de um restaurante, por motivos não ignorados. Vamos aos facultativos: Stênio Henrique de Souza, é o neurocirurgião ( estou dando uma conotação de repórter esportivo, direto do gramado, divulgando escalação de um dos times). É dono de extensa biografia. Vários cursos no curriculum, incluindo residência na Inglaterra.O cirurgião vascular que atendeu Gabana, é o doutor Jefferson Torreana Freitas. Já o cirurgião plástico, é Keith de Jesus Fontes. Gabana foi alvejado por um tiro de calibre 38 no pescoço. Sobreviveu porque o balaço não atingiu nenhuma veia vital que ajuda a irrigar e oxigenar o cérebro (em dezembro de 2007, num cartório, na rua Souza Naves, em Cascavel, Éderson Rabel, 27 anos, funcionário do estabelecimento, também foi atingido por um tiro no pescoço, durante um assalto e morreu minutos depois). Há mais nomes envolvidos na operação Salva Gabana, mas os que chefiaram os trabalhos são os três mencionados. Cascavel é mesmo um centro de excelência médica. Trabalho notável. Meus parabéns a todos os que devolveram a vida a este pioneiro. Se Gabana deve alguma coisa à sociedade, com a palavra o poder Judiciário.