terça-feira, 29 de abril de 2008

DE DERRAME, MORREU ADI MACHADO

Delegado da safra dos calças-curtas, nomeado por critério político do apadrinhamento, Adi Machado, aposentado desde os anos 90 pelo estado, não resistiu a dois derrames e morreu no último sábado, na casa onde residia, no Conjunto Tocantins. Cabo eleitoral e leão-de-chácara de Otacílio Ribeiro, em l978, teve seu momento de glória em l993, quando foi notícia no Jornal Nacional. A casa dele, em Santa Tereza, foi incendiada e o Passat na garagem não escapou das chamas inclementes. Última notícia do telejornal, ainda com Cid Moreira, sua imagem, caminhando preocupado sobre os escombros do que restara da residência, foi a última da edição. Machado, na verdade, ateou fogo às suas posses e recebeu o seguro. Filiado das antigas do PMDB, quando a sigla não tinha quatro consoantes (MDB) por pouco que não abrevia a vida de Joel Damásio. O cunhado de Nestor Dalmina publicou no Fronteira do Iguaçu uma nota denunciando o policial por emissão de cheque sem fundo. Adi estava campanando à noite a Lanchonete Rio, propriedade de Joel, armado, disposto a ir à forra. Se não fosse um tal de Bindé e um Ruy Pires, radialistas que costumavam ler jornais à noite na aprazível casa de lanches e Adi poderia ter consumado sua empresa. Conseguimos dissuadi-lo. Ultimamente Machado freqüentava a Câmara de Vereadores. Deixou de falar comigo porque vendeu alguns exemplares do livro sobre o futebol, em Curitiba, e ficou com o dinheiro. Como se pode deduzir, a biografia de Machado não foi das melhores. Procurei alguma coisa de melhor para apresentá-lo fora de Cascavel para quem não o conheceu. Mas não me foi possível. A idade dele deve ter chegado aos 70,71 ou 72, faixa etária em que os derrames são mais constantes. Diante de algo melhor para escrever, já que ninguém lembrou dele, lembrei-me, ao abandonar a ante-sala do gabinete do Presidente Júlio César. Se quiserem homenageá-lo com o nome de uma rua, de um logradouro, podem fazê-lo. A maioria não o conheceu.

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