quinta-feira, 10 de abril de 2008

A CASA DE IRENE, REVISTA E AMPLIADA

Álvaro Dias é foca da Veja. E aloprado na CartaCapital. Ele tem participação no acesso exclusivo que a publicação da Abril obteve sobre o banco de dados da ministra Dilma. O senador deveria assinar uma coluna na revista. Pega a vaga do Mainardi. Soa mal a um ocupante do Senado as pechas que lhe foram pespegadas: foca e aloprado. A semanal deveria citar as fontes que lhe abastecem. O Brizola, em um Roda Viva, na Cultura, disse que a CIA pautava a revista. Foi logo depois daquela matéria sobre as fazendas do caudilho no Uruguai. Um articulista da Caros Amigos, Gilberto Felisberto Vasconcellos, professor mineiro, acionou a mesma tecla. O senador deve ter o cuidado de não ser confundido como agente secreto da Agência Central de (alguma) Inteligência. O PDT, partido fundado por Brizola, depois do exílio, é hoje refúgio de fazendeiros. O senador Osmar Dias, irmão do Álvaro, possui um latifúndio produtivo em Céu Azul, entre Cascavel e Foz, no Paraná, e outro em Tocantins, pivô de uma denúncia na campanha eleitoral estadual de 2006. Segundo Roberto Requião, Osmar adquiriu o imóvel por preço subfaturado e pagou menos ITBI e IR ( Imposto Sobre Transferência de Bens e Imóveis e Imposto de Renda). A denúncia só não teve estragos eleitorais maiores, porque no Paraná, ser latifundiário, não é defeito. Pelo contrário. Ano passado, Osmar Dias abonou o ingresso no PDT do fazendeiro Jacy Scanagatta, expulso do PFL, em 2000, por infidelidade partidária. O ex-prefeito se recusou a apoiar a candidatura de Tiago de Amorim Novaes a prefeito de Cascavel. Jaime Lerner deu cartão vermelho corporativo ao rebelde. Em l996, Osmar Dias, apoiou o fazendeiro Salazar Barreiros, ao lado de Requião, ambos senadores do PMDB, evitando a chegada de Edgar Bueno a prefeitura. Jacy Scanagatta também. Hoje, os três estão no PDT. Só que Scanagatta não apóia Edgar a prefeito. Mas Osmar tem dado todo apoio ao deputado estadual. Seria a paródia de A Casa de Irene, do Nico Fidenco, ou aquele samba de um crioulo ensandecido, do Stanislaw, que torcia pela Ponte Preta?

Um comentário:

Mauro Araujo disse...

Muito bom. Seu texto se mantem atualizadíssimo e as suas convicções também. Saudades titio.