Carlos Alberto rixa, vulgo Beto, governador do Paraná, admite, meio ano depois da posse e dez meses depois de ter prometido acabar com a violência no Estado, não ser mágico. Em entrevista captada na manhã desta sexta-feira ensolarada e de temperatura agradável em um bairro de Cascavel (PR) através de uma rádio operando em Amplitude Modulada - que não é a Cultura, do Júlio -, Beto voltou a se queixar que não se investe em segurança pública há mais de vinte anos. Seria de l991 em diante, se fizermos a equação. Bom, o antecessor do governador, senador Roberto Requião de Mello e ainda Silva, em vias de abandonar o cargo de governador em 1994, ouvido por este blogueiro, disse que a PM teria que ser repensada. "Vão pra casa namorar um fuzil". Achava o ex-aposentado do governo que havia inchaço na corporação. E anote o complemento do reaça: " O inimigo interno, se voltar, terá o Exército, equipado e adestrado para enfrentá-lo". Tradução: quem foi Dilma, nos anos setenta, que não recoloque a cabecinha pra fora. Já o Beto, acha que criminalidade só se combate com repressão. Quanto menor o efetivo, maior a violência. Os que pensam melhor que eu, discordam. O remédio, sem se descuidar do policiamento, que no Brasil é uma das coisas mais desumanas de nossa lamentável História, passa por educação, saúde, renda, estado máximo. Enquanto perdurar a filosofia neoliberal tucano-lulista, que enriquece bancos e empobrece o povo, criando uma nação de remediados, de bolsistas de diversos matizes, vamor ouvir a cantilena dos Beto Richa, dos Sérgio Cabral e dos Requião disponíveis. Os três, juntos, já têm um passivo de sangue maior do que os ministros sangrentos de Lula e Dilma. Cabral é o mais sanguinário. João Pedro Stedille, do MST, fulminou, em Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. " A polícia carioca mata mais que o exército de Israel". Esfregou na cara do Lula, ao seu lado, na mesa.
Júlio César não pode se travestir em paladino da moralidade pública. Ottinho Reis, do PDT inconfiável, seria mais íntegro. Reis, no entanto, embora egocêntrico, é mais comedido em suas arremetidas midiáticas. Leme da Silva é mais circense, esbraveja, baixa o nível, para depois abrandar o discurso. Nas últimas horas, recuou, achando que o que tinha para dizer, já falou. E que a promotoria faça o resto. E que o resto seja concluído antes de novembro, prazo legal, mas que poderá ser antecipado, dependendo do andamento do processo, que terá interrogatórios tomados por intermédio de cartas-precatórias, que virão de Curitiba, cidade-sede da matriz da Giro, a empresa que forneceu os tênis com os quais Júlio não se conforma com os quesitos preço e qualidade. Para que Júlio merecesse o troféu Paladino da Moralidade Pública, teria que provar que, quando Lísias foi prefeito, principalmente nos últimos noventa dias do mandato -de outubro a dezembro de 2008 -, a presidência da Câmara, exercida por ele, Júlio, questionava os projetos do Executivo que suscitaram dúvidas e hoje são peças de processos que tramitam em diversas esferas, alguns já despachados pelo MP e com sentenças condenatórias prolatadas por juízes cíveis e criminais. Nem questiono o caso da bolsa da Solange, esposa de Júlio, adquirida durante o mandato dele na Casa, através de um cheque emitido pela instituição e mais tarde substituído por outro, mas que não mudou o enredo de falta de probidade. Este caso é minúsculo se comparado às suspeitas de enriquecimento do vereador de uns anos para cá. O fato de Júlio encabeçar o denuncismo contra o prefeito, é absolutamente natural e constitucional. É válido, saudável. Porém, não se pode achar que o Júlio representa uma nova safra de políticos honestos que Cascavel tanto almeja. Há nódoas em sua incipente biografia, inaugurada em 2000, numa frente enorme, ao lado do Edgar Bueno. No ítem coerência, Júlio também patina.No apagar das luzes da era Lísias, Júlio se prestou a uma manobra que visava retirar da prefeitura os fiscais do Edgar (Frare, Kennedy, da Luz) que marcavam sob pressão para evitar que decalabros, que passaram pelo crivo da câmara presidida por Júlio, fossem consumados. De que forma? Mentiram que iriam reformar trechos da Lei Orgânica do Municipio. Foi uma farsa, mas que acabou engambelando o triunvirato mencionado, que, com efeito, chegou a perder tempo no Legislativo, quando o show era ao lado. E aquele concurso para preencher cargos na Câmara, que acabou dando um lucro de aproximadamente 60 mil reias, fraudando a fé de centenas de inscritos, que pagaram para serem testados? Os testes foram em janeiro de 2008 e os aprovados só foram chamados por Júlio no final do ano. Ou seja, só depois da eleição. Em linguagem chula, uma baita sacanagem. E o lobista? Quem é o lobista? Que mal faria se o seu nome fosse revelado? Será que apenas o promotor de Justiça é que tem o privilégio de conhecê-lo? E a sociedade, para a qual Júlio diz fiscalizar os negócios do Executivo, fica aonde, neste contexto?
Um comentário:
Meio ano depois da posse até que tá bom, em se tratando de Brasil.
Decorrido o mesmo tempo após deixar o cargo, Lula ainda acha que é mágico. Pior, continua fazendo mágicas nos bastidores.
Bingo quando você fala em educação. Até os ex-miseráveis da Ásia já estão nos ultrapassando neste quesito. Pobre américa latina.
Os políticos brasileiros sabem que povo educado não lhes rende votos, e sim cadeia.
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